
A 19 de Março de 1948, o Pároco, Padre Domingos Marques da Silva, com o apoio da Dª. Amélia do Rosendo (uma paroquiana), fundou na freguesia de Curvos, a “Obra das Mães” inserida no Projeto de “Obra das Mães pela Educação Nacional” (OMEN) e começou a funcionar numa casa arrendada.
As atividades estavam voltadas para a valorização da família e do meio familiar e destinavam-se, apenas, a indivíduos do género feminino, com idades entre os 14 e os 18 anos. No rés-do-chão funcionavam os 4 teares, 2 maiores e 2 mais pequenos, chamados americanos, em condições muito precárias, com muita humidade, sendo necessário colocar no chão, todos os meses, um camião de serrim. Aí trabalhava a funcionária Maria Augusta Santa Marinha Dias Cunha, conhecida na comunidade por “Augusta dos Prazeres”, que tinha aprendido com a sua mãe a arte dos teares, com 2 a 3 meninas a quem ensinava a sua arte ganhando 220 escudos/mês. A primeira funcionária foi, contudo, Justina Faria
que, sendo muito doente dos pulmões, só fez este trabalho nos primeiros anos. No 1º andar funcionavam os bordados, rendas e a confeção de malhas sob a responsabilidade de Amélia Boaventura, filha do então Inspetor e escritor Manuel Boaventura, primeira responsável deste Centro.
Aqui, as meninas preparavam os seus enxovais para levar para o casamento. Eram oriundas não só da freguesia de Curvos mas também das freguesias vizinhas como Palmeira de Faro, Vila Cova, Gemeses, Santo André, entre outras. O Centro passou a denominar-se “Centro de Formação familiar de Curvos” em 1952. A Dª Augusta dos Prazeres manteve-se neste Centro a trabalhar nos teares mesmo depois de ter casado, tendo deixado de trabalhar para cuidar dos filhos em casa. É nesta altura que é substituída pela Dª Maria Amélia Cruz, conhecida por “Amélia da Clementa” que trabalhou neste edifício durante mais alguns anos.
Em 1972, o Centro passou a chamar-se “Centro de Educação Familiar de Curvos” que passou a funcionar também para os homens. Pouco depois, a sede do Centro muda-se para outro edifício da Freguesia, também arrendado.
A partir de 1991, passou a funcionar no Salão Paroquial de Curvos e em 1993 passa para as atuais instalações, antiga Casa Paroquial, tendo sofrido várias adaptações.